sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Apreensão do disco “MARGEM DE CERTA MANEIRA”

Apreensão do disco “MARGEM DE CERTA MANEIRA” (Guilda Da Música – DP 020 lançado em Dezembro de 1972) pela PIDE/DGS em Fevereiro de 1973.

DIRECÇÂO GERAL DE SEGURANÇA

AUTO DE BUSCA E APREENSÃO

Aos sete dias do mês de Fevereiro do ano de mil novecentos e setenta e três, nesta Discoteca “SASSETTI e Companhia Limitada”, sita na Avenida Visconde de Valmor, número vinte. Letra B, desta cidade de Lisboa, estando presente o agente Manuel Garrido Ribeiro, comigo António Joaquim Gomes da Rocha, agente servindo de escrivão, ambos da Direcção-Gereal de Segurança e acompanhados da legal representante da referida discoteca, Maria Isabel de Oliveira Rodrigues de Sousa, em cumprimento de ordem superior, foi feira uma busca a fim de apreender livros, documentos, valores ou objectos de interesse para matéria de autos.

E. finda ela, foi encontrado o seguinte: seis exemplares do disco intitulado “ATÉ AO PESCOÇO”, da autoria de José Jorge Letria: três exemplares do disco intitulado “CHANTS DE LA REVOLUTION CUBAINE”, três exemplares do disco intitulado “MARGEM DE CERTA MANEIRA”, da autoria de José Mário Branco; e três exemplares do disco intitulado “LENINE ET LES CHANSONS”, os quais foram apreendidos e transportados para a sede da Direcção-Geral de Segurança.

E para constar se lavrou o presente auto, que depois de lido em voz alta todos acharam conforme, ratificaram e vão assinar comigo agente servindo de escrivão que o manuscrevi.

Manuel Garrido Ribeiro
Maria Isabel de Oliveira Rodrigues de Sousa
António Joaquim Gomes da Rocha

Em A Política de Informação no Regime Fascista, Comissão do Livro Negro sobre o fascismo, Lisboa Abril 1980.

Daqui:

http://caisdoolhar.blogspot.pt/2014/02/auto-de-busca-e-apreensao.html



1 comentário:

  1. Obrigado por disponibilizar este texto. Gostava apenas de acrescentar uma pequena curiosidade. O autor deste "auto de busca e apreensão" - António Joaquim Gomes da Rocha- foi o responsável pelo assassinato do estudante José Ribeiro dos Santos um ano antes. Procurei pelo paradeiro do homem e não encontrei nada para além do facto de ele ter sido um dos agentes da PIDE/DGS libertados em 1975.

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